Estratégias Eficazes para Apoiar Crianças com TEA na Escola e em Casa

Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) possuem características e necessidades únicas que demandam abordagens específicas para promover seu desenvolvimento e inclusão tanto no ambiente escolar quanto no doméstico. Este artigo tem como objetivo apresentar estratégias práticas e baseadas em evidências, que podem ser implementadas por pais, professores e cuidadores, a fim de criar um ambiente mais acolhedor, estimulante e propício ao aprendizado e bem-estar de crianças com TEA.

Comunicação: Facilitando a Interação Social

A comunicação é uma área central para o desenvolvimento de crianças com TEA, e estratégias eficazes podem fazer toda a diferença na forma como elas interagem com o mundo ao seu redor. Algumas dicas incluem:

• Comunicação visual: Utilize recursos visuais, como cartões com imagens, quadros de rotina e histórias sociais, para ajudar a criança a compreender e expressar seus pensamentos e sentimentos.
• Linguagem clara e direta: Utilize frases curtas e objetivas, evitando ambiguidades e sarcasmo.
• Tempo de resposta: Dê tempo para a criança processar a informação e responder, sem pressioná-la.
• Reforço positivo: Elogie e recompense a criança por seus esforços de comunicação, incentivando-a a continuar se expressando.
• Atenção compartilhada: Incentive a criança a olhar para o que você está olhando e a compartilhar interesses em comum.

Sensorial: Adaptando o Ambiente

Muitas crianças com TEA apresentam sensibilidades sensoriais, o que significa que podem ser hipersensíveis ou hipossensíveis a estímulos como luz, som, toque, cheiro e sabor. Adaptar o ambiente para atender a essas necessidades pode reduzir o estresse e melhorar o foco e a concentração da criança. Algumas estratégias incluem:

• Reduzir o ruído: Utilize protetores auriculares ou fones de ouvido com cancelamento de ruído em ambientes barulhentos.
• Ajustar a iluminação: Utilize luzes suaves e evite luzes fluorescentes, que podem ser irritantes para algumas crianças.
• Oferecer espaços seguros: Crie um espaço tranquilo e seguro onde a criança possa se retirar quando se sentir sobrecarregada.
• Permitir movimentos: Ofereça oportunidades para a criança se movimentar e liberar energia, como balançar, pular ou caminhar.
• Texturas e materiais: Ofereça brinquedos e objetos com diferentes texturas para a criança explorar e se acalmar.

Comportamento: Abordagens Positivas

Comportamentos desafiadores podem ser uma forma de a criança com TEA expressar suas necessidades, frustrações ou dificuldades. Em vez de punir ou reprimir esses comportamentos, é importante tentar compreender sua causa e abordá-los de forma positiva. Algumas estratégias incluem:

• Análise do comportamento: Identifique os gatilhos, as funções e as consequências do comportamento desafiador.
• Intervenção precoce: Intervenha antes que o comportamento se intensifique, oferecendo apoio e orientação à criança.
• Reforço positivo: Elogie e recompense a criança por comportamentos positivos, incentivando-a a repeti-los.
• Técnicas de relaxamento: Ensine a criança técnicas de relaxamento, como respiração profunda ou visualização, para ajudá-la a lidar com o estresse e a ansiedade.
• Comunicação clara: Explique as regras e expectativas de forma clara e consistente, utilizando recursos visuais, se necessário.

Rotina e Estrutura: Previsibilidade e Organização

Crianças com TEA geralmente se beneficiam de rotinas e estruturas claras, que lhes proporcionam previsibilidade e segurança. Algumas estratégias incluem:

• Quadro de rotina: Crie um quadro de rotina visual com imagens ou palavras que representem as atividades do dia.
• Horários consistentes: Mantenha horários consistentes para as refeições, o sono, as atividades escolares e o tempo livre.
• Transições suaves: Prepare a criança para as transições entre as atividades, avisando com antecedência e utilizando recursos visuais, se necessário.
• Organização: Mantenha o ambiente organizado e livre de distrações, para ajudar a criança a se concentrar.
• Regras claras: Estabeleça regras claras e consistentes, explicando as consequências de segui-las ou não.

Inclusão Escolar: Promovendo o Sucesso Acadêmico

A inclusão escolar é um direito de todas as crianças, incluindo aquelas com TEA. Para promover a participação e o sucesso acadêmico de crianças com TEA na escola, algumas dicas incluem:

• Comunicação com a escola: Mantenha uma comunicação aberta e regular com os professores e outros profissionais da escola, compartilhando informações sobre as necessidades e os pontos fortes da criança.
• Adaptações curriculares: Solicite adaptações curriculares, como tempo extra para realizar as tarefas, provas adaptadas e materiais de apoio visual.
• Apoio individualizado: Busque apoio individualizado para a criança, como um tutor ou um professor de apoio especializado.
• Inclusão social: Incentive a participação da criança em atividades sociais e extracurriculares, promovendo a interação com seus colegas.
• Conscientização: Promova a conscientização sobre o TEA na escola, para que os colegas e outros membros da comunidade escolar compreendam e aceitem a criança.

Fonte

Este artigo foi baseado no capítulo “Transtorno do Espectro Autista” do Tratado de Saúde Mental da Infância e Adolescência da IACAPAP, edição 2014, de autoria de Joaquín Fuentes, Muideen Bakare, Kerim Munir, Patricia Aguayo, Naoufel Gaddour & Özgür Öner.

Perguntas para Reflexão

1. Quais estratégias de comunicação posso usar para facilitar a interação com uma criança com TEA?
2. Como posso adaptar o ambiente para atender às necessidades sensoriais de uma criança com TEA?
3. Quais são as melhores práticas para promover a inclusão escolar de uma criança com TEA?

Ao implementar essas estratégias, pais, professores e cuidadores podem criar um ambiente mais acolhedor, estimulante e inclusivo para crianças com TEA, permitindo que elas desenvolvam todo o seu potencial e alcancem uma vida plena e feliz. Lembre-se de que cada criança é única e pode responder de forma diferente às estratégias, por isso, é importante adaptar as abordagens às necessidades individuais de cada uma.

Fonte

Este artigo foi baseado no capítulo “Transtorno do Espectro Autista” do Tratado de Saúde Mental da Infância e Adolescência da IACAPAP, edição 2014, de autoria de Joaquín Fuentes, Muideen Bakare, Kerim Munir, Patricia Aguayo, Naoufel Gaddour & Özgür Öner.

Advertência

As informações contidas neste artigo têm fins informativos e não substituem a avaliação e o acompanhamento de um profissional qualificado. Se você tiver dúvidas ou preocupações em relação ao desenvolvimento de seu filho, procure um especialista.